Estudos científicos clínicos mostram que o Defensyn® fortalece sistema imune dos animais
A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma das doenças mais desafiadoras para o clínico veterinário. Ela é transmitida pelo flebótomo, conhecido como “mosquito-palha”, que ao picar os cachorros introduz em sua circulação sanguínea o protozoário do gênero Leishmania. A doença é uma zoonose, ou seja, também acomete os humanos.
Nos cachorros, a Leishmaniose causa apatia, perda de apetite, emagrecimento progressivo e feridas na pele, focinho, orelhas, articulações e cauda que demoram a cicatrizar. Outros sintomas são descamação e perda de pelos, crescimento exagerado das unhas, problemas oculares, diarreia com sangue, problemas renais e em casos muito graves, pode levar o animal a morte.
Novos medicamentos trouxeram expectativa de cura, mas no dia a dia da clínica veterinária, o tratamento dos animais ainda é difícil, com resultados muitas vezes frustrantes. Um novo produto, porém, tem tido resultados positivos para o tratamento da doença, sendo um aliado dos médicos veterinários. Trata-se do Defensyn®, uma suplementação imunoestimulante que em estudos clínicos mostrou-se um aliado no tratamento da LVC.
Composto principalmente de plasma sanguíneo (fonte IgG de rápida absorção), MOS (prebiótico imunoestimulante e protetor de mucosa intestinal) e a maior concentração de betaglucano do mercado, o Defensyn®, desenvolvido pela König, fortalece o sistema imune dos cães e direciona a resposta no sentido de auxiliar, junto com o tratamento medicamentoso, a diminuição da carga parasitária.
Os resultados foram constatados pela cientista Luana Dias de Moura, que é médica-veterinária, mestre e doutoranda em diagnóstico e terapêutica na medicina veterinária pela Universidade Federal do Piauí. A pesquisadora possui diversos estudos publicados em revistas científicas de renome internacional sobre o tratamento da Leishmaniose e é clínica atuante em Teresina, no Piauí.
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A pesquisa mostrou que o Defensyn® atua em três frentes: fortalece a resposta imune, causando uma estimulação geral no sistema imunológico do animal; favorece o perfil Th, direcionando a resposta no sentido da eliminação parasitária; e ativa os macrófagos, tornando-os capazes de eliminar as formas do parasita que normalmente se perpetuariam em seu interior.
“Geralmente utilizo o Defensyn® no tratamento da Leishmaniose devido à qualidade dos componentes presentes no produto. Dentre estes compostos, os betaglucanos têm importância fundamental, uma vez que possuem ação imunoestimulatória e a capacidade de ativação dos macrófagos, intensificando a resposta deles frente à doença”, afirma o médico-veterinário, Rallyson Ramon.
Confira abaixo cada um dos principais componentes do Defensyn® e saiba porque o seu uso traz resultados positivos para o tratamento e qualidade de vida dos cachorros.
Betaglucanos
Os betaglucanos são compostos obtidos a partir da levedura de Saccharomyces cereviseae, que estão presentes em sua parede celular em uma proporção de, aproximadamente, 55%. O glucanos possuem em sua composição polímeros de glicose com ligações β (1-3) e β (1-6) (MAGNANI & CASTRO-GOMES, 2008).
Nutricionalmente, são classificados como prebióticos com atividade imunoestimulantes, atuando principalmente como modificadores de resposta biológica (MRB). Auxiliam na proteção do hospedeiro à invasão de patógenos, caracterizando como parte da imunidade inata de organismos superiores através da ativação de macrófagos (MAGNANI & CASTRO-GOMES, 2008).
Os macrófagos são células de defesa que atuam sistema imunitário, responsáveis pela fagocitose de microrganismos. O processo fagocítico consiste em englobar microrganismos promovendo a sua inativação e destruição, tornando-se assim, um importante processo na defesa do organismo.
Em sua superfície, os macrófagos possuem receptores com alta especificidade para os betaglucanos. Dessa forma, os betaglucanos ao se ligarem aos macrófagos, promovem a sua ativação, desencadeando a resposta celular imunitária Th1 que leva a diminuição dos sintomas da doença.
Glutamina
A glutamina é um aminoácido condicionalmente essencial, pois em condição de estresse fisiológico o organismo não é capaz de sintetizá-lo em quantidade suficiente para suprir a sua necessidade. É o aminoácido livre mais abundante no plasma e no tecido muscular esquelético, tornando-se o principal tecido de síntese, reserva e liberação de glutamina (MANUAL PET FOOD BRASIL, 2019).
Este aminoácido participa da síntese de outros aminoácidos e nucleotídeos e é utilizado como fonte de energia para células de proliferação rápida (sistema imune), participa da manutenção da integridade celular, no balanço ácido-básico, transporte da amônia e na doação de carbono para a gliconeogêneses. A sua síntese pode ocorrer a partir do ácido glutâmico, sendo que o inverso também pode acontecer (CRUZAT et al., 2009).
Na saúde gastrointestinal, a glutamina é usada como fonte de energia para enterócitos, auxiliando na integridade da mucosa intestinal. Também protege o estômago, podendo ser utilizada como adjuvante no tratamento de úlceras e gastrite (CRUZAT et al., 2009).
A glutamina atua no sistema imune como fonte de energia para importantes células que atuam na resposta imune inflamatória, como macrófagos, linfócitos e neutrófilos. Dessa forma, estimula a proliferação celular e a atividade fagocitária dos macrófagos, sendo considerado um aminoácido com atividade imunoestimulante, é recomendado para animais recuperação de estresse fisiológico (IORIO & AVELANEDA, 2016).
MOS
O MOS (mananoligossacarídeos) são compostos por oligossacarídeos derivados da parede celular da levedura de Saccharomyces cerevisiae. Nutricionalmente, são classificados como prebióticos relacionados a redução da colonização dos patógenos na parede intestinal e ao estímulo do sistema imunológico.
A sua aplicação como bloqueador de colonização de patógenos na parede intestinal é em decorrência da α-D-manose presente no MOS inibir a adesão de patógenos às células intestinais. Este mecanismo minimiza a concentração de bactérias patogênicas no trato intestinal, mesmo após a alta exposição à patógenos. Também é observado que os MOS possuem capacidade de se ligarem a alguns microrganismos patogênicos (E. coli e Salmonella sp.), carregando-os para fora do organismo através das fezes (MARTINS, 2009).
Como efeito do consumo de MOS para a saúde do trato gastrointestinal, verifica-se manutenção da integridade da parede intestinal e melhora na saúde intestinal como maior altura de vilosidade, maior número e/altura das células caliciformes proporcionando aumento na produção de mucina, conferindo mais proteção da superfície intestinal. (SOUSA, 2017).
A atividade imunoestimulante se dá pela união dos receptores de manose presentes na superfície dos macrófagos, promovendo sua ativação, que desencadeia a proliferação de macrófagos, indução a fagocitose macrofágica e aumento da síntese de imunoglobulinas, principalmente, da IgA. (KROLL, 2014).
Referências
ABINPET, Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação. Manual Pet Food Brasil, 10 ed., 568p., 2019.
CRUZAT, V.F.; PETRY, E.R.; TIRAPEGUI, J. Glutamina: aspectos bioquímicos, metabólicos, moleculares e suplementação. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.15, n.5; p.392-397, 2009.
IORIO, M.C.; AVELANEDA, E.F. Glutamina como aminoácido condicionalmente essencial para aumento do sistema imune. Unoesc & Ciência, v.7. n.2, p.175-180, 2016.
Magnani, M.; Castro-Gómez, R.J.H. β-glucana de Saccharomyces cerevisiae: constituição, bioatividade e obtenção. Semina: Ciências Agrárias, n.3, v.29. p.631-650, 2008.
MARTINS, M.S. Leveduras de cerveja e cana-de-açúcar (Saccharomyces cerevisae) autolisada e íntegra nas dietas de cães. Dissertação (Mestrado em Zootecnia), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária. Universidade Estadual Paulista. Jaboticabal, p.93, 2009.
SANTOS, K. M.M. Efeitos da inclusão de teores crescentes de prebióticos nas dietas de cães adultos sobre parâmetros digestivos, fermentação fecal, microbiota e imunidade. 2017. 70f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, 2017.
SOUZA, C.M.; LIMA, D.C.; KHELLE, G.C.B.; OLIVEIRA, S.G.; KURITZA, L.N.; FELIX, A.P. Adição de mananolidossacarídeos e yucca como promotor da saúde intestinal e características fecais de cães. Archives of Veterinary Science, v.22, n.3, p.15-23, 2017.
KROLL, F.S.A. Efeitos da adição de mananoproteínas derivadas da parede celular de leveduras sobre parâmetros imunológica de cães adultos e idosos. Dissertação (Mestre em Medicina Veterinária). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, p.112, 2014.