A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença grave que pode atingir os cachorros e ser transmitida, até mesmo, para o homem. Por isso, tutores devem ficar atentos às medidas de prevenção e levar os pets ao médico-veterinário o mais rápido possível, caso identifique qualquer tipo de sintoma.
Pensando em auxiliar os tutores a conhecer melhor a doença, sua prevenção, sintomas e tratamentos, a König, especialista em saúde e bem-estar animal, traz dez perguntas e respostas sobre a LVC.
Confira abaixo e saiba como você pode dar uma melhor qualidade de vida ao seu companheiro.
O que é leishmaniose?
A leishmaniose é uma infecção parasitária. Existem dois tipos da doença, a cutânea e a visceral. A leishmaniose cutânea é causada por dois parasitas, a leishmania braziliensis e a leishmania mexicana. Já a visceral é originada pelos parasitas leishmania donovani, infantum e chagasi. Os cachorros, porém, em quase a totalidade dos casos, desenvolvem a Leishmaniose Visceral (LVC).
Como a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é transmitida?
Ela é transmitida pelo flebótomo, conhecido como “mosquito-palha”, que ao picar o cachorro introduz em sua circulação sanguínea o protozoário do gênero Leishmania, que começa a atacar células que são responsáveis por proteger o organismo de corpos estranhos. O parasita se liga a essas células e passa a se multiplicar, atacando mais células do animal. Essa propagação pode atingir diversos órgãos do cachorro como o rim, fígado, baço e a medula óssea.
A doença é considerada endêmica e é comumente associada a locais onde as condições sanitárias são precárias ou ambientes que não estão bem higienizados, já que o mosquito-palha se reproduz em matéria orgânica. Por isso, é mais fácil encontrar focos próximos a galinheiros e chiqueiros, por exemplo. A sua ocorrência, porém, ultrapassa essas barreiras e o número de caso da LVC vem crescendo em grandes cidades.
A Leishmaniose Visceral Canina tem cura?
Não. A LVC não tem cura e é considerada uma das doenças mais desafiadoras para o clínico veterinário. Além disso, a doença é uma zoonose, ou seja, pode contaminar os seres humanos.
Se eu ficar próximo ao meu cachorro contaminado, posso me contaminar?
Sim, esse risco existe, apesar de não serem encontrados casos na literatura de transmissão da doença dentro da mesma casa, devido ao hábito do mosquito, que não faz o repasse sanguíneo em um curto espaço de tempo. A doença, porém, é uma zoonose e é possível que o mosquito pique o cachorro contaminado e depois uma pessoa – de dentro ou de fora da casa.
Existe alguma forma de prevenção?
Sim, principalmente, pelo uso de coleiras com inseticidas. O tutor também pode fazer uso de repelentes, telas de proteção em casa e limpeza dos ambientes para combater o mosquito. A prevenção pode ocorrer também por meio da vacinação.
Quais são os sintomas da LVC?
Existem diversos sintomas associados à Leishmaniose Visceral Canina. É importante saber, porém, que a doença pode ficar incubada por muito tempo, sem causar nenhuma manifestação clínica no cachorro. Por isso, ao desconfiar da sua ocorrência, procure um médico-veterinário para o correto diagnóstico e a realização de exames laboratoriais.
Os tutores, porém, devem ficar atentos a alguns sinais externos dos animais, como:
- Lesões
- Descamação
- Coloração branca prateada na pele
- Infecção nas patas
- Pele grosseira por excesso de produção da queratina
- Unhas espessas e em formato de garras
- Machucados e feridas nas orelhas que nunca saram
- Problemas oculares (ocorre em 80% dos cães infectados)
- Secreções persistentes
- Piscadas excessivas
- Incômodo dos olhos
- Nódulos e caroços
Quais órgãos a doença pode atacar?
A LVC pode prejudicar diversos órgãos internos dos cães como rins, fígados e até mesmo o sistema digestivo. Desta forma, deve-se ficar atento a:
- Vômito
- Diarreia
- Sangramento nas fezes
- Perda de apetite
- Desidratação
- Irregularidade no trato urinário
Desconfio que meu cachorro esteja com a doença, o que preciso fazer?
A primeira orientação é isolar seu animal para evitar a contaminação de outros cachorros e humanos. Depois, procure um médico-veterinário o mais rápido possível. Ele é o profissional que poderá confirmar a ocorrência da doença e te dar todas as informações para tratamento e melhor qualidade de vida para o seu pet.
Se meu cachorro for diagnosticado por LVC ele terá que ser sacrificado?
Não. Como a leishmaniose pode ser transmitida para os seres humanos, o Ministério da Saúde não permitia o seu tratamento, já que a doença não tinha – e ainda não tem – cura. Os cachorros diagnosticados eram sim sacrificados.
A partir de 2016, porém, o tratamento da doença passou a ser permitido com o uso de um medicamento exclusivo para os cães e que reduz a carga parasitária da Leishmania. Esse cuidado paliativo reduz os sintomas nos cachorros e faz com que animal deixe de ser uma fonte de transmissão da doença para outros cães e para o homem.
Existe tratamento para a doença?
Alguns medicamentos dão melhor qualidade de vida para os cães, com cuidados paliativos. O tratamento da doença, porém, ainda é difícil e com resultados muitas vezes frustrantes para médicos-veterinários e tutores.
Um novo produto, porém, tem tido resultados positivos para o tratamento, sendo um aliado dos veterinários. O Defensyn® estimula o próprio organismo do cão a reagir a multiplicação do parasita. O produto fortalece o sistema imune dos animais e direciona a sua resposta no sentido de auxiliar, juntamente com a medicação padrão, a diminuição da carga parasitária da doença e dar melhor qualidade de vida para o seu pet.