A cena de um animalzinho convulsionando pode ser chocante para os tutores. No entanto, as convulsões em pets são mais comuns do que se imagina e as crises podem ser um alerta importante de que algo não vai bem com a saúde do cão ou gato. Nos casos de convulsão em pets, cada segundo conta e aprender a identificar os sinais e a tomar as medidas certas é crucial. Por isso, diante da preocupação crescente com a saúde neurológica dos pets e com objetivo de ressaltar a importância de entender as convulsões em cães e gatos, preparamos este artigo. Siga com a leitura e saiba como reconhecer, agir e prevenir quadros convulsivos em pets, para garantir mais bem-estar ao seu companheiro de quatro patas!
O que são convulsões em pets?
As convulsões são reflexos de uma atividade elétrica descontrolada no cérebro e são consideradas o problema neurológico mais comum em cães e gatos. Dessa forma, as crises convulsivas – são distúrbios neurológicos, que acontecem com frequência nos pets e podem ser um sinal importante de algum problema grave de saúde nos animais.
De maneira geral, as convulsões em pets podem ser marcadas por perda de consciência, movimentos repetitivos involuntários, micção, salivação e defecação. Por isso, é fundamental reconhecer as características mais comuns das convulsões nos animais para agir corretamente e com a rapidez necessária, evitando complicações e danos mais significativos à saúde do cão ou gato.
Como se dá uma convulsão?
Uma convulsão é como um curto-circuito cerebral, que acontece quando há um desequilíbrio na interação de neurotransmissores chamados de excitatórios e inibitórios. Esse desequilíbrio pode ocorrer por motivos variados, que trataremos a seguir.
Antes disso, no entanto, é importante saber que existem dois tipos de convulsão que podem ocorrer nos pets: a generalizada e a convulsão focal. O que diferencia as duas está no tamanho da área cerebral afetada. Veja só:
- Convulsão focal
Na convulsão focal, apenas uma parte do cérebro sofre com as descargas desordenadas de impulsos elétricos. Nestes casos, inicialmente, os sinais clínicos podem ser:
- movimentos ou posturas anormais, como virar a cabeça para um lado;
- contrações rítmicas dos músculos dos membros ou faciais;
- estalos de lábios ou movimentos de mastigação;
- alterações comportamentais súbitas e inexplicáveis, como agressividade ou desorientação.
Como os sintomas podem ser mais sutis, muitas vezes as convulsões focais podem ser ignoradas ou confundidas com outros problemas comportamentais. No entanto, vale destacar que as convulsões focais podem evoluir para convulsões generalizadas, eventos neurológicos mais graves.
- Convulsão generalizada
As convulsões generalizadas em cães e gatos são os eventos que, em geral, mas chocam os tutores, por conta de sua manifestação física.
Neste caso, os dois hemisférios cerebrais são afetados pelo curto-circuito e, geralmente, se manifestam por meio de:
- perda de consciência;
- salivação excessiva;
- micção e defecação involuntárias.
Dependendo da intensidade da crise, o animal pode, inclusive, se machucar, sendo importante a conscientização do tutor sobre como agir para proteger o pet e evitar lesões adicionais durante o episódio.
Causas de convulsões em cães e gatos
Como falamos acima, as causas das convulsões nos pets podem ter origens variadas. Entre as mais comuns que podem levar ao curto-circuito cerebral em cães e gatos estão:
- intoxicação por venenos;
- traumas cranianos;
- distúrbios metabólicos (como hipoglicemia e insuficiência renal);
- inflamações e infecções;
- tumores cerebrais;
- epilepsia (atividade crônica irregular e intensa dos neurônios, ou células nervosas, do cérebro).
Segundo especialistas, raças como beagle e setter irlandês têm mais predisposição para epilepsia. Já outras raças, como yorkshire, maltês e lhasa apso, são mais propensas às doenças inflamatórias do encéfalo. Cães boxer e golden retriever apresentam mais predisposição a desenvolver tumores cerebrais.
O estudo “Epilepsia em cães: 66 casos (2005-2010)”, da Universidade de Santa Maria, buscou identificar cães com epilepsia e obter informações a respeito da raça, do sexo, da idade, da classificação da epilepsia e da crise convulsiva, dos estágios e do período de ocorrência das crises convulsivas.
Segundo a pesquisa, os cães sem raça definida (27%) foram os mais acometidos e a faixa etária predominou entre um e cinco anos de idade. A crise convulsiva generalizada tônico-clônica (66,7%) foi a mais observada, a procura pelo dono (72,7%) no período pré-ictal (período que caracteriza o início de uma crise convulsiva) e o andar compulsivo (60,5%) no período pós-ictal (período que se decorre imediatamente após à crise convulsiva) foram os sinais mais encontrados, e a ocorrência das crises convulsivas foi maior no período noturno (79,2%).
Como agir durante uma convulsão do seu pet?
Sabemos que a cena de um animalzinho em crise convulsiva não é das mais agradáveis. Pelo contrário, muitas vezes os tutores podem ficar chocados e paralisados diante do episódio. No entanto, a presença e a ação do responsável é essencial para garantir a segurança e a saúde do pet.
Por isso, a primeira coisa ao perceber os sinais de convulsão, é manter a calma. Evite movimentos bruscos e acomode o cão ou gato deitado de lado, em um local confortável, de preferência, acolchoado, até que a crise passe. Caso isso não aconteça dentro de dois minutos, a orientação é levar o animal a um hospital veterinário para atendimento imediato.
Durante uma convulsão, é importante também remover objetos ao redor do animal nos quais ele possa se machucar, como móveis, espelhos, etc.
Ainda que a convulsão passe rapidamente, é preciso procurar um (a) Médico (a) Veterinário (a) para diagnóstico e orientação adequada, evitando, assim, sequelas e novos episódios, certo? Para ajudar na investigação da causa da convulsão, lembre-se de anotar o dia, o horário e em quais condições se deu a crise no pet. Outro dado valioso para o veterinário são gravações do momento da crise convulsiva. Por ser um momento de tensão, é comum que tutores não se lembrem de alguns detalhes ou se confundam na hora de fazer o relato para o profissional. Por isso, gravar a crise convulsiva pode ser um ato importante para auxiliar a precisão da avaliação clínica e o diagnóstico do animal.
Quando as convulsões acontecem de forma frequente, a recomendação é fazer um diário com as ocorrências para análise do profissional. Essas informações serão valiosas para uma avaliação mais assertiva.
Língua enrolada é mito
Há uma crença de que, durante uma convulsão, a língua do animal se enrola, podendo asfixiá-lo. Mas isso não é verdade. Então, em uma crise convulsiva, não tente colocar a mão na boca do pet, pois, além de não resolver nada, o animal pode, sem querer, morder e causar ferimentos em você.
Prevenção e controle: é possível evitar convulsões?
O cuidado e a atenção com a alimentação e o bem-estar de cães e gatos podem contribuir para a prevenção de convulsões. Um ambiente sadio, com uma rotina que envolve passeios, alimentação balanceada, carinho e acompanhamento veterinário, oferece mais qualidade de vida ao pet, minimizando os riscos de doenças de maneira geral.
Quando se trata de um animal com predisposição a convulsionar, os tutores, junto ao Médico Veterinário, podem traçar estratégias para garantir mais bem-estar ao cão ou gato, como evitar situações de estresse ou quaisquer outros gatilhos, e oferecer soluções para a saúde neurológica dos animais.
Por fim, é preciso reforçar a importância do diagnóstico precoce e acompanhamento veterinário nos casos de convulsões em pets. Somente esse atendimento profissional poderá indicar os caminhos corretos para melhor tratar, conduzir e evitar as crises convulsivas.
Conclusão
Quando se trata de convulsões em cães e gatos, estar atento aos sinais, agir com calma e buscar o apoio de um(a) Veterinário(a) são os primeiros passos para ajudar seu pet. Com certeza, o cuidado que você oferece hoje pode fazer toda a diferença na saúde do seu companheiro de quatro patas amanhã. Para isso, você também pode contar com a Konig e suas soluções em saúde animal!